terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

“Prova da Solidariedade”




Concurso de Rei Momo testa limites de glutões
Quais as características de um bom monarca? Se você levar em consideração o título de Rei Momo de Belém, comer quatro melancias em três minutos tem uma grande importância. Este foi o recorde de Zulu, 42 anos, na primeira prova da competição, que vem sendo realizada desde janeiro, sempre aos domingos, na Cidade Velha.

Zulu é responsável por outros feitos impressionantes: chupou 58 picolés em três minutos, comeu 24 mangas e tomou três litros e meio de açaí com um quilo de farinha. E por mais incrível que pareça, ele não foi páreo para a gula de Miúdo. Apesar de ter devorado “apenas” 20 mangas, Miúdo bateu a marca de seu rival por mais meio litro de açaí.

Zulu e Miúdo integram o grupo de cinco concorrentes ao prêmio de R$ 10 mil oferecido pelo Ecocarnaval, da Associação das Fanfarras da Cidade Velha (Asfavelha). Não será uma tarefa fácil, e muito menos agradável, botar a mão nessa grana. Até o final da programação, que segue até a última semana de fevereiro, os concorrentes terão que passar por provas que desafiam os parâmetros do grotesco, até mesmo para aqueles que estão habituados aos excessos do carnaval.

Belém já teve o “Rei Momo do Brasil”Hoje será realizada a “Prova da Solidariedade”, na qual os candidatos devem adotar um cachorro de rua por uma semana. A vitória é de quem cuidar melhor do animal. Quem conseguir beber mais cachaça e der o arroto mais alto também ganha pontos.

“É uma grande brincadeira”, afirma André Kaveira, presidente da Asfavelha e produtor do bloco de carnaval de rua Jambu do Kaveira. “Queremos resgatar o carnaval de rua na cidade, com marchinhas, blocos de sujo, batalha de confete. E quem melhor representa essa volta ao passado é a figura do Rei Momo. Queremos que ele ocupe um lugar de destaque na folia, ao contrário do que vem ocorrendo nos últimos anos”, diz ele.

O concurso foi criado há dois anos como uma alternativa ao desfile das escolas de samba, que conta com seu próprio Rei Momo, realizado pela Fundação Cultural do Município de Belém (Fumbel), na Aldeia Amazônica, bairro da Pedreira.

CARISMAA inspiração para o concurso surgiu da figura de Mário Cuia, Rei Momo de Belém por dez anos, de 1965 a 1975, ano em que ele morreu.

“Ele era uma figura popular”, relembra o filho de Mário, Waldemar Cuia, 52 anos. “Não parava de trabalhar até depois do carnaval. Participava das batalhas de confete nos bairros da periferia, depois seguia para os salões dos clubes sociais. Do rico ao pobre, sem distinção, como deve ser o carnaval”, conta.

Mário Cuia é descrito como o protótipo do Momo: tinha 1,90 metros e pesava 242 quilos. Gostava de comer, beber e festejar.

“Mas não era só a aparencia. Ele era boa praça, engraçado e articulado. Não à toa foi considerado o Rei Momo do Brasil, no concurso realizado em 1966, em Santos”, diz Waldemar.

Além de patrono filosófico da folia do Kaveira, Mário Cuia transformou-se em troféu. A honraria que será oferecida junto com o prêmio em dinheiro consiste em uma lata de queijo cuia ornada com uma coroa. Dois copos de cachaça complementam o arranjo.

“O troféu chama-se Mário Cuia porque não queremos ter apenas um Rei Momo, mas sim o retorno desse ícone, com o mesmo espírito de nossa antiga majestade: brincalhão, cheio de marra, beberrão, comilão e irreverente”, conta Kaveira.

CONCORRÊNCIA

Quase meia tonelada. Esse é o peso somado dos candidatos Zulu (143 quilos), Miúdo (138) e Nildo (111). Zulu e Miúdo são estreantes no circuito e foram convidados pela produção do concurso.

“Eu estava andando de lambreta, e não tinha como não chamar a atenção”, brinca Zulu, 42 anos, fantasiado de aborígene africano, com uma tanga cinza de leopardo.

“Sabes que oportunidade para gordo é difícil, né? Por isso eu quero aproveitar ao máximo, e quem sabe ganhar esse prêmio”

Nildo, 40 anos, já faz parte da corte carnavalesca. Eleito Rei Momo por dois anos consecutivos (2007 e 2008), ele se prepara para reconquistar o cargo no concurso da Fumbel.

“Esse ano estou disposto a concorrer, mas só farei isso se for aclamação popular”, diz ele, referindo-se ao fato de que no ano passado houve uma mesa julgadora. “O Rei Momo é o símbolo maior do carnaval, por isso acho que ele tem que ser aclamado pelo povo”.

Quanto ao fato de Belém passar a ter dois Momos, ele encara a concorrência de forma positiva.

“Quanto mais, melhor. Temos que popularizar ainda mais o carnaval Uma vez uma garotinha de 4 ou 5 anos me viu com uma roupa vermelha e disse: ‘Mãe! Olha o Papai Noel’”, diverte-se.  
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